No final de maio, cientistas de diversas áreas do conhecimento, representantes de governos e da sociedade civil se reuniram para discutir os desafios das mudanças climáticas na Macrometrópole Paulista no evento “Diálogos interdisciplinares sobre a Governança Ambiental da Macrometrópole Paulista”, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Essa macrorregião, que é um dos maiores aglomerados urbanos do Hemisfério Sul, abriga 174 municípios das Regiões Metropolitanas de São Paulo, da Baixada Santista, de Campinas, de Sorocaba e do Vale do Paraíba e Litoral Norte, das Aglomerações Urbanas de Jundiaí e de Piracicaba e da Unidade Regional Bragantina (ainda não institucionalizada). Essa região é de grande importância socioeconômica para o país, pois concentra indústrias de alta tecnologia, comércio, serviços, agroindústria, os maiores portos e aeroportos, rodovias e polos de conhecimento e inovação do país.
Mas seus desafios também são enormes, principalmente do ponto de vista ambiental, num contexto marcado pelas mudanças climáticas. Essas mudanças no sistema climático trazem riscos para as cidades da região, sobretudo decorrentes de eventos extremos de precipitação e períodos de seca prolongada. Chuvas mais intensas aumentam as chances de ocorrência de enchentes, inundações e deslizamentos de terra; também facilitam a proliferação de vetores como o Aedes aegypti. Estiagens diminuem os níveis dos reservatórios de água. Além disso, as cidades costeiras devem sofrer também com os impactos relacionados ao aumento do nível do mar.
Pela sua importância socioeconômica e vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas, a Macrometrópole Paulista deve ser foco de atenção de políticas socioambientais que busquem formas de mitigação e adaptação. Algumas cidades, como Campinas, Santos, São Paulo e Sorocaba têm tratado o tema a partir de políticas e/ou planos de mudanças climáticas. Embora essas ações sejam relevantes, os cientistas mostraram que ainda não são suficientes para enfrentar os desafios previstos para a região. O evento reforçou a necessidade de ação conjunta entre os municípios, as regiões metropolitanas e o governo estadual para a formulação de políticas integradas. Além disso, a participação de outros segmentos da sociedade é fundamental na busca de soluções efetivas. (Imagem: https://www.emplasa.sp.gov.br/MMP).
Para ver as apresentações do evento: http://www.fapesp.br/11685
*Publicado em: http://www.jundiagora.com.br/macormetropole-paulista/, 9 de junho de 2018.