Nos solidarizamos integralmente com as famílias de Brumadinho, dos funcionários da Vale desaparecidos e todas as famílias que há tempos vêm pagando o preço pela ganância das empresas mineradoras e tantas outras exploradoras de recursos naturais.
O Brasil tem muito petróleo. E tem muita água limpa, florestas, minérios raríssimos, e tudo isso é de grande interesse do capital internacional. O Brasil é a maior reserva natural do mundo e alterações em nossos biomas interferem significativamente em todo o planeta. Mas, o modelo extrativista voltado para a exportação de commodites, que está em expansão no Brasil, produz desigualdade social e devastação ecológica. Crimes como os que vêm sendo cometidos são atentados contra a humanidade.
Não se pode negar que os tentáculos desta teia de poder encontram ambiente propício diante da fragilidade de fiscalização e de toda a rede que se beneficiaria com o desmonte do MMA, o enfraquecimento do IBAMA e da insegurança instalada com o atual governo, em especial na área ambiental.
Diante de tantos desmontes, a elite latifundiária e as empresas que exploram recursos naturais não encontram resistência para avançar as fronteiras agrícolas sobre as florestas.
Mais uma vez o interesse privado se sobrepõe ao interesse público, gerando muitas mortes e enormes prejuízos socioambientais. Atividades privadas geradoras de riscos para a vida e bens públicos têm de ser efetivamente reguladas e controladas, com rigor e responsabilidade, sem flexibilização. Para isso é essencial um sistema público de gestão ambiental e de riscos, estruturado e fortalecido pelos governos, além de transparência e ampla participação
da sociedade.
Quando optamos por um modelo de desenvolvimento no qual o luxo de meia dúzia de humanos vale mais que meio milhão deles, é sinal de algo errado. E o desastre que aconteceu em Mariana, bem como o de Brumadinho, crimes ambientais, não podem ser mais tolerados.
Pedimos a imediata apuração das responsabilidades civil, penal e administrativa da empresa e a efetiva punição dos culpados. (Foto: O Globo)

FRENTE AMPLA DEMOCRÁTICA SOCIOAMBIENTAL – FADS

Somos um coletivo de mais de 300 pesquisadores, militantes, lideranças indígenas, funcionários públicos, jornalistas e ambientalistas que se organizou no final de 2018 para resistir ao retrocesso institucional na política ambiental do Brasil.

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