Os seres humanos e todas as outras formas de vida dependem diretamente da biodiversidade para sua própria existência, seja em relação aos fins agrícolas, medicinais, estruturais, espirituais ou outros. Os inúmeros benefícios, através de bens e serviços que a natureza nos provê, constituem os chamados serviços ecossistêmicos. E podemos encontrar tudo isso nos espaços das cidades também.As áreas verdes urbanas, sejam parques, jardins ou praças constituem santuários de biodiversidade nas cidades. Nesse sentido, Jundiaí é privilegiada, pois conta com a Serra do Japi na área do município. Além disso, possui dez parques municipais. Mas, as áreas verdes nunca serão demais.
A América do Sul possui metade da biodiversidade existente no planeta e mais de um quarto das florestas. Assim o Brasil é considerado um dos países mais biologicamente diversos do mundo. Porém, estamos perdendo biodiversidade, e muito rapidamente. É o que mostra o relatório de avaliação sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos para as Américas de 2018, da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), painel ligado às Nações Unidas. Mais do que isso, o relatório mostra a velocidade desse processo e opções de políticas para tentar frear essa perda.
Biodiversidade tem a ver com cidades, sim. Pensar a biodiversidade nos espaços urbanos significa considerar a relação das cidades com a natureza tanto dentro de sua fronteira administrativa como fora dela, promovendo, dessa forma, soluções sustentáveis aos riscos naturais e desafios do desenvolvimento urbano.
Foi pensando nisso, que a 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), ocorrida em Nagoia, Japão em 2010, passou a estimular e orientar as cidades a adotarem medidas para implementação das Metas de Biodiversidade e reconhecer a importância dos governos e das iniciativas locais dentro das estratégias nacionais.
Infelizmente, a gestão e planejamento da biodiversidade e serviços ecossistêmicos ainda são raros nas cidades da América Latina. As exceções são Curitiba, no Brasil e Bogotá, na Colômbia, segundo o relatório Citiesand Biodiversity Outlook.
A boa notícia é que há um enorme potencial para que essas ações cresçam e se multipliquem cidades afora. O desafio principal é integrar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos ao planejamento territorial, gestão do uso do solo, desenvolvimento econômico local e projetos de infraestrutura nas cidades (Foto: https://jundiai.sp.gov.br)
Para saber mais:
Relatório IPBES : https://www.ipbes.net/system/tdf/spm_americas_2018_digital.pdf?file=1&type=node&id=28393
Relatório Cities and Biodiversity Outlook: http://cbobook.org/pdf/2013_CBO_Action_and_Policy.pdf